Find me, follow me!

A organização do evento lá nos conseguiu arranjar um preço mesmo muito simpático para os dispositivos de geo-localização SPOT (http://www.findmespot.com/spotadventures/).

Para quem não conhece, estes "aparelhometros" emitem regularmente a sua localização via satélite, a qual pode ser consultada num mapa online, bem ao estilo de um verdadeiro Paris-Dakar. 

Ou seja, como vou ter comigo um SPOT, os interessados podem seguir a minha localização (recordo, sou a equipa UsseGPL Moto) e a da restante caravana através deste link: http://tracemyway.com/dakar-desert-challenge-2013/tracking/#

ou deste mapa:

Ready to go!

Como não poderia deixar de ser, os nossos veículos só ficaram verdadeiramente prontos, hoje, algumas horas antes do evento!

O jeep da equipa UsseGPL 4x4, à duas semanas que estava em cima de umas estacas de madeira. Tudo começou porque estava a fazer alguma vibração entre os 110 e os 130km/h. Como o simples calibrar dos pneus não resolvia o problema, as jantes tiverem de ir arranjar, pois algumas delas pareciam mais quadradas do que redondas! Calibradas as jantes e a vibração a manter-se, a teoria é que os pneus já estavam velhotes e seriam eles a provocar aquele problema. Depois de várias semanas à espera dos pneus que, primeiro não havia em Portugal e depois não havia aquele tamanho, a conclusão é que o problema estava no veio de transmissão!

A minha mota, equipa UsseGPL moto, pelo menos estava a andar, mas desde sexta-feira passada que já levou um kit de transmissão novo, um suporte para uma mini mala, um tooltube fixado ao quadro, pastilhas, filtro de ar e umas velas novas que me obrigaram a desmontar meia mota para as colocar! Para concluir, ontem passamos o dia a construir, literalmente, um novo descanso para ela, pois o que tinha era demasiado comprido. Só hoje de manhã é que consegui fazer um test drive ao conjunto completo, mas não mais de 20 ou 30km... Bem, acho que nos próximos 5500km vou ter tempo para testa-la como deve de ser!

O que interessa é que estamos prontos!

Mota mai linda!

A aventura

A aventura deste ano é muito semelhante à de dois anos atrás. Partida de Portugal, mais precisamente Coruche, entrada em Marrocos no segundo dia, asfalto até mais não até atravessar o Atlas e depois é que começa a aventura a sério!

A variante é que este ano, antes de terminar em Dakar, ainda vamos conhecer a Guiné Bissau e a Gâmbia!

Mais detalhes no site da organização: http://www.go.dakardesertchallenge.com/

Dois anos depois...

... eis que estou de volta para mais uma aventura até Dakar! E sim, vou outra vez de mota, sim, lembro-me que da última vez não correu muito bem, não, não tenho a certeza se vou conseguir lá chegar desta vez. Certeza certeza, é de que vou tentar outra vez! Já amanhã! :)

E acabou o PDC 2011 2012...

Acordar neste simpático hotel em St. Louis teve para mim tanto de doce como de amargo. Doce pelo lugar onde estavamos, por onde tinhamos andado, pelas aventuras vividas, pelas novas amizades, pelos 30 e tal graus de temperatura que se faziam sentir! Amargo por me aperceber que já estavamos muito perto de terminar a aventura, de voltar à realidade, de voltar a ter noção dos dias da semana, que ia voltar a ouvir as palavras troika e austeridade...

http://youtu.be/kUEgO6w7ZgQ

A caminho do Senegal

Saimos sem muitas saudades de Nouakchott... Cidade muito suja, olhares intimidatórios, enganados no hotel e restaurante... De tal forma que a única paragem efectuada foi numa bomba de gasolina, que também era mercado de cabras e padaria!

O  padeiro

À medida que desciamos mais para sul, a mutação da paisagem era notória, com o aparecimento de algumas árvores e outros animais que não camelos, burros e cabras!

O percurso para o Senegal foi feito pela pista da barragem Djema que nos levou por mais um parque natural, The Diawling National Park, classificado como património mundial pela UNESCO, assim como o já visitado Banc d'Arguin.

Já na fronteira para o Senegal, durante uma longa espera, típica das fronteiras africanas, tivemos tempo para tudo...

Tivemos tempo para lanchar relaxadamente enquanto esperavamos pelos restantes elementos da equipa que estavam algumas dezenas de km atrás a ajudar a desatascar o camião que tinha ficado enterrado no lodo... Tarefa nada fácil, principalmente quando ambos os "poderosos" guinchos do camião estavam avariados... Foram necessários 6 jeeps, algumas pás e muita paciência para o retirar...

Tivemos tempo para fazer a nossa boa acção do dia, dando da nossa preciosa água a uma pobre cabra que estava à horas amarrada à traseira de uma camião, sem água, comida ou sombra para a proteger dos cerca de 40º que estavam... Pobre bicho...

Tivemos tempo para andar de burro!

Tivemos tempo para distribuir os últimos cadermos e canetas que tinhamos pela criançada que rapidamente perdeu o controle e tentavam desesperadamente acumular o máximo de cadernos possíveis, quer seja a esconde-los debaixo da camisola e voltar a pedir mais, quer a lutar e roubar aos elementos mais fracos...

Tivemos tempo para descobrir que nós, os 3 únicos Argentinos do grupo, não podiamos entrar no Senegal sem um visto... apesar de termos confirmado previamente que tal não era necessário... mas estamos em África... o resto do grupo já tinha partido e não havia forma de passarmos sem o tal visto que tivemos mesmo de fazer e pagar bem caro...
A única coisa possitiva no meio daquilo tudo foi uma sandes de ovos mexidos envolta em papel de jornal que comemos num cafézito ali na fronteira. Soube a pato!

Com toda esta confusão estivemos ali mais 2 horas que o resto do grupo pelo que fizemos toda a viagem até St. Louis já noite cerrada, pelo que não deu para ver practicamente nada deste lugar que tanto queria conhecer...

Única foto que consegui tirar à chegada a St. Louis...

Banc d'Arguin

O terceiro dia na Mauritania começa com a saida do acampamento em Teichott para uma visita a uma praia para apreciar a fauna local.

Após um almoço volante, esperamos um pouco pela maré baixa e voltamos à praia, mas desta vez de carro!
Foram 40km de areia fantásticos, sempre junto à água para tirar proveito da areia mais compacta, fazendo o possível e o impossível para não atascar ali com medo de ainda lá estar quando a maré começa-se a subir...

O resto do caminho foi essencialmente a deslocação por alcatrão até Nouakchott, capital da Mauritania onde nos esperava um hotel de 4 estrelas, cujos quartos marcados, confirmados e pagos à mais de um mês, afinal não estavam disponíveis na totalidade..., e cujo jantar, para nosso desespero, só foi servido 2 horas depois... Pelos vistos em Africa assar um frango pode ser uma coisa bem complicada...

Dunas a caminho de Nouakchott

O nosso hotel...

Um exemplo do parque automóvel por esta zona...

Não há muito que eu possa dizer sobre Nouakchott, pois já lá entramos de noite e saimos cedo no dia seguinte... não houve tempo para reconhecimento, mas fiquei com a ideia que não haverá muito para ver... Ainda ao longe da cidade, começamos a ver uma névoa no ar, que se assemelhava a nevoeiro, mas parecia-me algo improvável para a hora e condições do dia. Ao chegar à cidade percebi que o "nevoeiro" é apenas fumo dos carros misturado com pó que se mantem insistentemente no ar, pois os mauritanos aparentam preferir circular pelos inúmeros acessos alterativos de terra do que pela via de alcatrão...